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Mostrando postagens de outubro, 2009

Para umas noites que andam fazendo

deixe eu abrir a porta quero ver se a noite vai bem quem sabe a lua lua ou nos sonhos crianças sombras murmuram amém deixa ver quem some antes a nuvem a estrela ou ninguém nunca sei ao certo se sou um menino de dúvidas ou um homem de fé certezas o vento leva só dúvidas continuam de pé Paulo Leminski

Mistérios hão de pintar por aí

“Mistérios hão de pintar por aí” A imagem da latinha de fermento, com outra impressa, com outra dentro, com outra, desde a infância me traz inquietação, suscita mistério. Como se esta relação se mantivesse eterna além do invisível. Assim me ocorre a idéia de aprisionar a cultura. O forno onde a cultura é preparada usa diversos ingredientes, dentre eles a criatividade, o imaginário, a necessidade de expressão grupal. Ela é pulsante como uma estrela. É cambiante. É “uma senhora grega de camisola e tocha, uma índia negra e portuguesa de cocar e saiote” (no dizer de Arnaldo Jabor), uma prenda de mini saia, uma colona de calça e vestido por cima, um guri de unhas pintadas de preto. É prenhe de vida. Por mais que alguns puristas se ofendam com o uso de gírias, por exemplo, elas acontecem, tornando vivo o idioma, uma manifestação cultural. Ao infinito ela continua sendo gerada, é marca de civilização.