“Mistérios hão de pintar por aí”
A imagem da latinha de fermento, com outra impressa, com outra dentro, com outra, desde a infância me traz inquietação, suscita mistério. Como se esta relação se mantivesse eterna além do invisível. Assim me ocorre a idéia de aprisionar a cultura.
O forno onde a cultura é preparada usa diversos ingredientes, dentre eles a criatividade, o imaginário, a necessidade de expressão grupal.
Ela é pulsante como uma estrela. É cambiante. É “uma senhora grega de camisola e tocha, uma índia negra e portuguesa de cocar e saiote” (no dizer de Arnaldo Jabor), uma prenda de mini saia, uma colona de calça e vestido por cima, um guri de unhas pintadas de preto. É prenhe de vida.
Por mais que alguns puristas se ofendam com o uso de gírias, por exemplo, elas acontecem, tornando vivo o idioma, uma manifestação cultural.
Ao infinito ela continua sendo gerada, é marca de civilização.
Distância Necessária A pergunta "o que tô fazendo comigo?" me acompanhava nos momentos mais lúcidos dos últimos tempos. Por que me submeter a um relacionamento ácido, que me deixava infeliz, me fazia doente, quando me programei pra viver plenamente este período de maturidade com os filhos independentes, quase aposentada? Feito um atleta que tem toda uma preparação física e psicológica fui me preparando pra tomar a decisão saudável. Não decidi racionalmente, aconteceu feito uma semente que cumpre o mistério da germinação. De novo a vida ou destino me favoreceram. Com a enfermidade e hospitalização de minha mãe em Herval, necessitei ir até lá. O "companheiro" e eu havíamos acertado essa viagem e estávamos organizando tudo pra esse fim. Com o surto que teve, acabei indo só. Ir sozinha trouxe algumas condições propícias pro desfecho que houve. A primeira e essencial foi dirigir mais ou menos 400 km. Minha habilitação não é tão antiga, não tenh...
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