“Mistérios hão de pintar por aí”
A imagem da latinha de fermento, com outra impressa, com outra dentro, com outra, desde a infância me traz inquietação, suscita mistério. Como se esta relação se mantivesse eterna além do invisível. Assim me ocorre a idéia de aprisionar a cultura.
O forno onde a cultura é preparada usa diversos ingredientes, dentre eles a criatividade, o imaginário, a necessidade de expressão grupal.
Ela é pulsante como uma estrela. É cambiante. É “uma senhora grega de camisola e tocha, uma índia negra e portuguesa de cocar e saiote” (no dizer de Arnaldo Jabor), uma prenda de mini saia, uma colona de calça e vestido por cima, um guri de unhas pintadas de preto. É prenhe de vida.
Por mais que alguns puristas se ofendam com o uso de gírias, por exemplo, elas acontecem, tornando vivo o idioma, uma manifestação cultural.
Ao infinito ela continua sendo gerada, é marca de civilização.
Agora ela conseguiu me ferrar mesmo! Queria controlar minha vida e quando eu poderia encontrar meus brothers e tal. Mandei à merda. Foi ficando cada vez mais chata. E tudo foi piorando devagar, sem que imaginasse onde ia chegar, foi apodrecendo. Um dia saia curta, coxão de fora, peguei forte no braço, ficou a marca. No outro, batom vermelho, dei um tabefe. Mas aí, foi ela que pediu. Não tive saída. Na gravidez ficou insuportável, mostrando o peitão. Eu não queria, mas dei outros tabefes. Virou rotina. Queria regular a minha cerveja. Quando minha filha já tinha três anos, aquela vaca tava demais. Calça apertada, sacudindo o popozão e dizendo coisinhas pra ensinar mal à criança. Perdi a cabeça. Ainda por cima, a irmã dela tava lá. Não aguentei. Comecei a socar e quando caiu, se fazendo de machucada, dei uns pontapés. Nem sei quantos. Minhas mãos e pés se mexiam por conta. A piranha foi pro hospital. E, pra ferrar com a minha vida, acabou morrendo. Diz que teve perfuração do int
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