Distância Necessária
A pergunta "o que tô fazendo comigo?" me acompanhava nos momentos mais lúcidos dos últimos tempos.
Por que me submeter a um relacionamento ácido, que me deixava infeliz, me fazia doente, quando me programei pra viver plenamente este período de maturidade com os filhos independentes, quase aposentada?
Feito um atleta que tem toda uma preparação física e psicológica fui me preparando pra tomar a decisão saudável.
Não decidi racionalmente, aconteceu feito uma semente que cumpre o mistério da germinação. De novo a vida ou destino me favoreceram. Com a enfermidade e hospitalização de minha mãe em Herval, necessitei ir até lá.
O "companheiro" e eu havíamos acertado essa viagem e estávamos organizando tudo pra esse fim. Com o surto que teve, acabei indo só.
Ir sozinha trouxe algumas condições propícias pro desfecho que houve. A primeira e essencial foi dirigir mais ou menos 400 km. Minha habilitação não é tão antiga, não tenho prática de dirigir na estrada. O "companheiro" sempre me desqualificava e dizia que era muito perigoso, que eu não poderia trafegar na estrada, que temia por mim.
Chegar ao destino com tranquilidade e sem problemas já me deu outra dimensão de mim. Cresci, venci este desafio.
Durante o período em que cuidei de minha mãe no hospital e em casa, tive tempo de refletir muito, pensava em meu pai e o que acharia se fosse vivo e soubesse de todo abuso que havia em minha relação conjugal. Pensei nas bandeiras de independência que sempre ergui, nos modelos de mulheres que admiro, nas minhas avós, nas feministas.
O período de cinco anos e meio que durou meu casamento foi todo revisitado e analisado à distância. Pensei no quanto estava adoecendo nesse período: pressão alta, taxas elevadas de triglicérides, colesterol... Pensei em todas as vezes que havia querido me separar e tinha perdoado e voltado atrás.
Tomei a decisão e comecei a contar pras pessoas que me querem bem. Teci uma rede de comprometimento social pra que eu não mais voltasse atrás.
Dirigi outra vez pela BR 116 os 391 km e anunciei a tomada de decisão.
Foste mais uma vez guerreira. Imagino quão difícil foi enfrentar esse episódio da tua vida. Mas mereces ser feliz e usufruir com paz e alegria esse momento da tua vida conquistado muitas vezes a duras penas. Parabéns pela bravura de ter tomado a difícil decisão. Que Deus esteja sempre ao teu lado te dando forças e te fortalecendo. Bjos.
ResponderExcluirAgradecida a Deus e a vocês
ExcluirAdorei o comentário.
ResponderExcluirGracias!
Só não aparece pra mim de quem é....
Essa teia de comprometimento social não é nada mais do que tu mesma refletida nas tuas relações. Cada parte do todo que se forma em ti. Adorei!
ResponderExcluirQue amor teu comentário, minha filha.
ResponderExcluirDifícil falar sobre esse tema, Isabel.
ResponderExcluirQuando chegamos ao ponto da decisão parece que vamos despencar em um abismo. É viver um dia de cada vez que depois chega a serenidade.
Bem isso, amiga.
ExcluirDepois vem a sensação de liberdade
Como me enganei, me parecias muito feliz!
ResponderExcluirMas em nada me surpreende tua decisão, uma mulher com a tua garra, com a vontade de vencer e te tornar o que és hoje... uma quase aposentada, com filhos brilhantes e parceiros, realmente não te submeterias a nenhuma relação degradante e doentia. Me emocionei quando falaste no teu pai e nas mulheres guerreiras e fortes, que te antecederam. Certamente estariam do teu lado e tomando a mesma atitude. Teu pai foi exemplo de homem a ser seguido, e jamais aprovaria tal desrespeito.
Avante Isabel! Parabéns!
Vai dirigir pela BR,seja ela qual for e aproveita para ser muito feliz!
Te admiro mais ainda! Meu total respeito e admiração!😘💖
Emocionante teu comentário, querida
ExcluirBel querida! Minha admiração por ti só cresce! Fico feliz que estejas inteira, pronta pra seguir com as rédeas do teu viver. Mereces a felicidade como companheira de cada passo. Bjkss
ResponderExcluirObrigada,amiga
ExcluirIsabel, n é novidade que sempre te admirei. Todas essas "doenças" no teu corpo e na tua alma n eram tuas. Nunca foram. Oq é da Isabelé essa coragem, o carro a estrada e toda essa força que eu sabia, n sucumbiria. Eu estava ansiosa para o fim desse capítulo feio e exatasiada com essa nova temporada. Gosto de ler mulheres Guerreiras. Por favor, n pare!
ResponderExcluirObrigada, querida!
ExcluirPrecisamos empoderar as mulheres.
Tenho conversado com algumas mulheres que relatam inclusive ter deixado filhos pra saírem desse tipo de relação.
Beijos
Isa
ExcluirA coragem, a força, a fé, a esperança transpiram no teu relato.
Juntas somos fortes!
Conta comigo!
Flora, é muito reconfortante sentir a solidariedade das amigas. Beijos
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