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Mostrando postagens de novembro, 2009
DONA AUGUSTA “...Eis que eu com esta vara, que tenho em minha mão, ferirei as águas que estão no rio, e tornar-se-ão em sangue. E os peixes, que estão no rio, morrerão, e o rio cheirará mal; e os egípcios nausar-se-ão, bebendo a água do rio...” Bairro nobre da capital, prédio antigo, na esquina de uma rua movimentada. Apartamento de fundos, térreo, janelas para garagem, 103. A última inquilina sofre de depressão, tem histórico de internações, aposentadoria por invalidez. Briga com a mulher do síndico, odeia o apartamento. Diariamente roga pragas ao prédio, à unidade onde mora, ao síndico, à mulher dele e aos moradores que não falam com ela. Gosta da moradora do 404 e do casal do 303. Homem pra ela é sinônimo de pilantra. Exceção, no mundo dos vivos, ao irmão e filho. Everardo, o filho, embora já no segundo casamento é um bom homem. Felipe, o irmão, liga toda semana, tem uma loja de produtos para pequenos animais, o que absorve seu tempo e energia. Toda vez que seus vizinhos amigos

é dia, é hora

É DIA, É HORA Madrugada. Choro de criança. Gata no cio. Vento. Estranhos sons: buzina, freios no asfalto, apitos, estalos. Rola pra lá, pra cá. O outro lado vai ser melhor. Acomoda travesseiros, puxa coberta, destapa o pé. O corpo, feito uma corda de guitarra, vibra com ressonância extrema ao menor estímulo. Hiperestesia. Procura, procura... (O material perdido na mudança pode estar no armário grande.) O medicamento causa excitação . É dia, é hora!