É DIA, É HORA
Madrugada.
Choro de criança.
Gata no cio.
Vento.
Estranhos sons: buzina,
freios no asfalto, apitos, estalos.
Rola pra lá, pra cá.
O outro lado vai ser melhor.
Acomoda travesseiros,
puxa coberta,
destapa o pé.
O corpo,
feito uma corda de guitarra,
vibra com ressonância extrema
ao menor estímulo.
Hiperestesia.
Procura, procura...
(O material perdido na mudança
pode estar no armário grande.)
O medicamento causa excitação .
É dia, é hora!
Distância Necessária A pergunta "o que tô fazendo comigo?" me acompanhava nos momentos mais lúcidos dos últimos tempos. Por que me submeter a um relacionamento ácido, que me deixava infeliz, me fazia doente, quando me programei pra viver plenamente este período de maturidade com os filhos independentes, quase aposentada? Feito um atleta que tem toda uma preparação física e psicológica fui me preparando pra tomar a decisão saudável. Não decidi racionalmente, aconteceu feito uma semente que cumpre o mistério da germinação. De novo a vida ou destino me favoreceram. Com a enfermidade e hospitalização de minha mãe em Herval, necessitei ir até lá. O "companheiro" e eu havíamos acertado essa viagem e estávamos organizando tudo pra esse fim. Com o surto que teve, acabei indo só. Ir sozinha trouxe algumas condições propícias pro desfecho que houve. A primeira e essencial foi dirigir mais ou menos 400 km. Minha habilitação não é tão antiga, não tenh...
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