É DIA, É HORA
Madrugada.
Choro de criança.
Gata no cio.
Vento.
Estranhos sons: buzina,
freios no asfalto, apitos, estalos.
Rola pra lá, pra cá.
O outro lado vai ser melhor.
Acomoda travesseiros,
puxa coberta,
destapa o pé.
O corpo,
feito uma corda de guitarra,
vibra com ressonância extrema
ao menor estímulo.
Hiperestesia.
Procura, procura...
(O material perdido na mudança
pode estar no armário grande.)
O medicamento causa excitação .
É dia, é hora!
Agora ela conseguiu me ferrar mesmo! Queria controlar minha vida e quando eu poderia encontrar meus brothers e tal. Mandei à merda. Foi ficando cada vez mais chata. E tudo foi piorando devagar, sem que imaginasse onde ia chegar, foi apodrecendo. Um dia saia curta, coxão de fora, peguei forte no braço, ficou a marca. No outro, batom vermelho, dei um tabefe. Mas aí, foi ela que pediu. Não tive saída. Na gravidez ficou insuportável, mostrando o peitão. Eu não queria, mas dei outros tabefes. Virou rotina. Queria regular a minha cerveja. Quando minha filha já tinha três anos, aquela vaca tava demais. Calça apertada, sacudindo o popozão e dizendo coisinhas pra ensinar mal à criança. Perdi a cabeça. Ainda por cima, a irmã dela tava lá. Não aguentei. Comecei a socar e quando caiu, se fazendo de machucada, dei uns pontapés. Nem sei quantos. Minhas mãos e pés se mexiam por conta. A piranha foi pro hospital. E, pra ferrar com a minha vida, acabou morrendo. Diz que teve perfuração do int
Comentários
Postar um comentário