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Mostrando postagens de dezembro, 2021

A CASA IMPLODIDA

Na primeira noite, 15 minutos depois das dez, há pouco movimento na avenida. Uma figura feminina jovem caminha com pressa, uma mochila às costas. Dobra a esquina e, feito um felino, transpõe o tapume de lata que delimita o local, onde até pouco tempo havia uma casa. Tão logo entra, se dirige ao fundo do pátio, onde o escuro a torna invisível. Caso houvesse chegado à janela um pouco antes, talvez visse um monstro a perseguindo. Seu dormitório seria ali? Passei algumas vezes na casa implodida e vi que o tapume mostra sinais de esgarçamento, indicando que está sendo transposto por um corpo mais pesado do que gatos comuns. Durante o dia a moça fica invisível. Na segunda noite, a mesma cena se repete. Na terceira noite, não aparece. O monstro venceu o duelo.

Ameaças

Marina foi esganada e tem um travesseiro sobre o rosto. Sua maninha de 2 anos chora porque a irmã não fala com ela. Marina Fagundes Laranjeira sempre morou com a mãe. Do pai nunca teve notícias. Sua mãe desconversava toda a vez que o assunto vinha à baila. Marina nasceu quando Lourdes Fagundes Laranjeira tinha 14 anos de idade. Nunca contou pro filho da patroa da mãe que ele devia ser o pai de seu bebê. A mãe de Lourdes logo foi demitida daquele trabalho e a paternidade esquecida pra sempre. Aos trinta anos, Lourdes conhece Amauri da Silva. É paixão braba. Nove meses após, nasce sua segunda menina, Larissa Laranjeira da Silva. Vivem bem, em família, até Larissa completar 2 aninhos. Marina cuida da maninha pra que sua mãe e o padrasto saiam pro trabalho. Amauri é ajudante de pedreiro. Lourdes trabalha em faxinas. A relação do casal começa a esfriar. O amor encontra Lourdes outra vez. Parece feitiço, não consegue ficar longe do novo amado. Até o tempo que passa com as filhas é um cast