Marina foi esganada e tem um travesseiro sobre o rosto. Sua maninha de 2 anos chora porque a irmã não fala com ela.
Marina Fagundes Laranjeira sempre morou com a mãe. Do pai nunca teve notícias. Sua mãe desconversava toda a vez que o assunto vinha à baila.
Marina nasceu quando Lourdes Fagundes Laranjeira tinha 14 anos de idade. Nunca contou pro filho da patroa da mãe que ele devia ser o pai de seu bebê. A mãe de Lourdes logo foi demitida daquele trabalho e a paternidade esquecida pra sempre.
Aos trinta anos, Lourdes conhece Amauri da Silva. É paixão braba. Nove meses após, nasce sua segunda menina, Larissa Laranjeira da Silva. Vivem bem, em família, até Larissa completar 2 aninhos. Marina cuida da maninha pra que sua mãe e o padrasto saiam pro trabalho. Amauri é ajudante de pedreiro. Lourdes trabalha em faxinas.
A relação do casal começa a esfriar. O amor encontra Lourdes outra vez. Parece feitiço, não consegue ficar longe do novo amado. Até o tempo que passa com as filhas é um castigo. Suspira pelos cantos. Começa a fazer algumas faxinas, onde passa a noite trabalhando. Marina continua cuidando da maninha.
Amauri desconfia desses trabalhos noturnos da esposa. Ela anda tão bonita, cheirosa, alegre, sempre usando batom vermelho, unhas pintadas, suas mãos não contam mais de faxinas. Vive cantarolando. Quanto mais ela aparenta aquele semblante de mulher apaixonada, mais o marido se emburra.
Um dia, resolve seguir Lourdes. Vê quando ela desce do ônibus numa parada pouco adiante do lugar onde moram e embarca num carro preto, com vidros escuros. Não consegue ver quem é o motorista.
Por vários dias a segue e descobre que é um homem com corpo atlético e bem vestido que espera Lourdes e se cumprimentam com beijo de novela. Segue o casal. Briga. Tenta conversar com ela. Ameaça.
Naquele dia, Lourdes não volta pra casa. Amauri continua ameaçando, ela passa dias sem aparecer. Demonstra nojo dele. Amauri passa a ameaçar Marina e diz que vai matar a enteada. Lourdes desconhece.
Cisma que a enteada sabe onde Lourdes está. Marina não sabe.
Amauri cumpre a promessa e sai pro trabalho.
Mulheres Trabalhadoras Saía e voltava só na madrugada fazendo barulho, me acordando, após cada explosão de raiva, cada crise de gritos, ameaças e tentativas de me trancar em algum lugar da casa ou no carro. Em muitas manhãs saí pra trabalhar com muito sono, mas aliviada de não ter que ficar junto com a pessoa. Aprendi a conviver com esses rompantes de diferentes maneiras. Às vezes ficava muda, lembrando a avó Solita, outras, acho que não me dava conta do que estava acontecendo e ainda argumentava, tentando chama-lo à razão. Em outros momentos, entrava na onda e gritava, me enfurecia também. Esta reação me deixava muito mal, pois percebia o poder que a pessoa tinha de comandar até meus sentimentos, reações. Meu coração disparava. Nos últimos tempos, durante período em que estava trabalhando menos, em Férias ou Licenças, comecei a sentir mais nojo, até o fato de sentar à mesa junto me incomodava. Preparava o alimento com cuidado, procurando não passar energia ruim pras panelas e sen...
Comentários
Postar um comentário