Linguagem Onírica
O encontro acontece na audiência de divórcio.
O ex parece uma pessoa cordata e gentil, aceita os termos, quer me ajudar.
Dirige meu carro até um local onde ficamos fraternalmente. Anuncia sua transformação em pessoa de bem.
Finalmente eu poderia retirar os pertences abandonados na fuga. Alguns objetos de valor sentimental que não tive tempo de pegar quando saí de casa naquele 11 de setembro. Deixei o caixotinho de madeira centenário confeccionado por meu avô e padrinho. Também a tela pintada por minha irmã. Ficou um recipiente de argila usado por minha mãe e pai pra armazenar água fresca no início da vida em comum. Um alguidar presenteado por minha avó, um símbolo reikiano que minha mana me deu, dentre outros ficaram extraviados no medo.
Chegando ao local do pernoite, a criatura mostra sua verdadeira imagem, a máscara de cordeiro cai. A ladainha de acusações só cede lugar às ameaças. E eu, outra vez, acreditei na versão do "bom moço".
Meu inconsciente me conta, através de linguagem onírica, a verdade que não apreendi desde o início do relacionamento. Aquela pessoa sempre usou a mesma estratégia pra me capturar em sua teia, mostrava um lado ensolarado, solícito, generoso, solidário. Logo que eu "baixava a guarda" ele mostrava a sombra e sua maldade, vingança, reprovação, preconceito.
Ufa!
Agora ela conseguiu me ferrar mesmo! Queria controlar minha vida e quando eu poderia encontrar meus brothers e tal. Mandei à merda. Foi ficando cada vez mais chata. E tudo foi piorando devagar, sem que imaginasse onde ia chegar, foi apodrecendo. Um dia saia curta, coxão de fora, peguei forte no braço, ficou a marca. No outro, batom vermelho, dei um tabefe. Mas aí, foi ela que pediu. Não tive saída. Na gravidez ficou insuportável, mostrando o peitão. Eu não queria, mas dei outros tabefes. Virou rotina. Queria regular a minha cerveja. Quando minha filha já tinha três anos, aquela vaca tava demais. Calça apertada, sacudindo o popozão e dizendo coisinhas pra ensinar mal à criança. Perdi a cabeça. Ainda por cima, a irmã dela tava lá. Não aguentei. Comecei a socar e quando caiu, se fazendo de machucada, dei uns pontapés. Nem sei quantos. Minhas mãos e pés se mexiam por conta. A piranha foi pro hospital. E, pra ferrar com a minha vida, acabou morrendo. Diz que teve perfuração do int
Comentários
Postar um comentário